A História ainda fala !!!
Declaração de Independência do Estado de Israel
14 de Maio. Quinto dia do mês de Iyar, ano de 5708. Telaviv. Horas antes do final do Mandato Britânico sobre a Palestina, no n.º 6 da Avenida Rothschild, que antes pertencera ao Presidente da Câmara de Telaviv – a casa de Dizengoff – , (agora um Museu), David ben Gurion proclama a Independência do Estado de Israel. Sendo uma sexta-feira, a cerimónia começou às 16,00 horas, a fim de terminar antes do pôr do sol, para o devido cumprimento do Shabbat judaico. Após 2000 anos de exílio o povo Judeu podia voltar a existir como nação independente. À hora prevista, David Ben Gurion ergue-se. Espontaneamente, canta-se a Hatikvah (O Hino Nacional hebraico).
"O país de Israel é o local onde o povo judaico nasceu. Foi ali que o seu carácter espiritual, religioso e nacional se formou. Foi ali que adquiriu a sua independência e que criou, ao mesmo tempo, uma civilização de importância nacional e universal. Foi ali também que escreveu o Livro dos Livros para o oferecer ao mundo. O povo judeu, exilado da Terra Santa, permaneceu-lhe fiel em todos os locais por onde se dispersou, orando sem cessar para que o regresso fosse possível e esperando sempre voltar a restaurar a sua liberdade nacional. Os judeus também se esforçaram através dos séculos para regressar ao país dos antepassados e ali reconstituírem a sua nação, dirigindo-se em massa, nestes últimos decénios, para este país. Desbravaram o deserto, fizeram renascer a sua língua, construíram cidades e aldeias e fundaram uma forte comunidade que se expande continuamente, possuindo uma vida cultural e económica própria. O povo judeu procurava a paz, mas estava preparado para se defender e trouxe as riquezas do progresso a todos os habitantes.
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A catástrofe nazi, que aniquilou milhões de judeus na Europa, demonstrou novamente a urgência que havia no estabelecimento da nação judaica, a única medida capaz de resolver o problema do judaísmo apátrida, abrindo as portas a todos os judeus e conferindo-lhes a igualdade no seio da família das nações. Os sobreviventes da catástrofe europeia, bem como os judeus dos outros países, reivindicaram o direito a uma vida de dignidade, de liberdade e de trabalho e, sem se deixarem assustar nem pelos riscos nem pelos obstáculos, procuraram incansavelmente penetrar na Palestina. O povo judeu da Palestina contribuiu, no decorrer da Segunda Guerra Mundial, na luta das nações desejosas de liberdade contra o flagelo nazi. O sacrifício destes soldados e os esforços dos trabalhadores qualificaram este povo para tomar lugar entre os povos que fundaram as Nações Unidas.
Em virtude do direito natural e histórico do povo judaico, proclamamos a fundação do estado judeu na Terra Santa. Este estado terá o nome de Israel. O Estado de Israel ficará aberto à imigração dos judeus de todos os países onde se encontram dispersos. O país será desenvolvido em benefício de todos os habitantes e será fundado nos princípios da liberdade, da justiça e da paz, tal como foi concebido pelos profetas de Israel. Respeitará a mais completa igualdade social e política de todos os cidadãos, sem distinção de religião, de raça ou de seita. Garantirá a liberdade de religião, de consciência, de educação e de cultura. Protegerá os lugares santos de todas as crenças e aplicará lealmente os princípios da Carta das Nações Unidas.
Adjuramos as Nações Unidas para ajudar o povo judeu a construir o seu estado e admitir Israel no seio da família das nações. Convidamos os habitantes árabes do Estado de Israel a preservar os caminhos da paz e a desempenharem um papel no desenvolvimento do estado, na base de uma cidadania igual e completa, bem como de uma representação justa nas instituições, quer estas sejam provisórias ou permanentes. estendemos a mão, num desejo de paz e boa vizinhança, a todos os estados que nos rodeiam e convidamo-los a cooperar com a nação judaica independente para o bem comum de todos. O Estado de Israel está pronto a contribuir para o progresso do Médio Oriente.
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A assistência ergueu-se. Um rabino recitou com a voz trémula de emoção uma oração implorando a bênção de "Aquele que nos ajudou até agora". Os membros do Conselho Nacional assinaram, então, um por um, o pergaminho. Os acordes da Hatikvah ecoaram novamente pela sala, sob um silêncio profundo da assistência. Eram 16 horas e 37 minutos. Ben Gurion bateu mais uma vez sobre a mesa e declarou:Confiantes no Todo-Poderoso, então, assinamos esta declaração no solo da pátria, nesta cidade de Telavive e nesta sessão da assembleia provisória que tem lugar na véspera do Shabbat, no dia 5 de Iyar de 5708, ou seja, 14 de Maio de 1948. Levantêmo-nos para adoptar a Carta Constitucional que cria o Estado Judaico."
"Nasceu o Estado de Israel. A sessão terminou."
Coordenação de Eduardo Fidalgo
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